ENTREVISTA COM NIKI LAUDA - PARTE 1

Olá pessoal! Tudo bem? agora que a Fórmula 1 acabou, eu posso escrever sobre "várias coisas" aqui no blog, sem ter que me preocupar em escrever resumos de corridas e as "fofocas" que a cercam. E para começar esse período de "férias", nada melhor do que falar dele, o "facão da Fórmula 1", NIKI LAUDA!

Eu já fiz um dossiê dele na época da Ferrari, que você pode ver clicando AQUI. Mas dessa vez, eu resolvi traduzir uma baita de uma entrevista que o Lauda deu para o jornal "The Telegraph", a entrevista é tão grande que eu precisei dividir em 2 partes! E nem traduzi tudo ainda! kkkkkkkkkkk. Aqui nessa primeira parte, Lauda fala sobre o acidente terrível de Nurburgring, sobre o porquê ele nunca fez cirurgias plásticas e que ele finalmente entendeu o porquê das pessoas ficarem tão chocadas ao ver o seu rosto desfigurado.

Estão prontos? Então O FANTÁSTICO CIRCO DA FÓRMULA 1  traz a primeira parte para vocês agora!

ENTREVISTA - PARTE 1

ENTREVISTA COM NIKI LAUDA: "EU FIZ UM POUCO DO QUE JAMES HUNT FEZ"

Como o acidente quase fatal de Niki Lauda mudou ele? Por que ele nunca fez cirurgia plástica? E como que era o seu relacionamento com James Hunt, como visto no novo filme "Rush" de Ron Howards? A estrela da Fórmula 1 conversa com Chrissy Lley.

Eu não estou certo se eu posso olhar Niki Lauda no olho. Eu estou esperando por ele em um multi-candelabro e suite de hotel na sua nativa Viena e eu já vi o filme Rush de Ron Howards. Ele é baseado na história de Lauda: O perigo, rivalidade, excitamento e escova com sexo e morte no mundo da Fórmula 1. Naqueles dias, o esporte era tão perigoso que no começo de cada corrida havia uma boa chance de nem todo piloto conseguisse isso (sair vivo) no fim.

As crônicas do filme, a rivalidade apaixonada entre Lauda e o piloto britânico James Hunt, de como eles batalharam pelo campeonato de 1976. No Grande Prêmio da Alemanha em Nurburgring, os pneus de Lauda perderam aderência e a sua Ferrari pegou fogo. Ele foi arrancado (do carro). "Outros 10 segundos (a mais) e eu teria morrido", ele disse.

Lá seguiu operações severas para remover fumaças e detritos de seus pulmões e o seu rosto estava irreparavelmente queimado. Ele perdeu metade de uma orelha. Mas ele se recusou a desistir. Mostrando uma força espetacular e energia, ele apareceu só um par de semanas depois no encontro para a corrida em Monza com, pelo querer de uma melhor descrição, um novo rosto. Os amigos pilotos recuaram em horror e não puderam olhar para ele. Apesar dele perder corridas, Lauda ainda liderou o campeonato e batalhou contra Hunt pelo título até a última corrida da temporada.

Ele entra na sala parecendo relaxado, em jeans e uma camisa xadrez. Os seus olhos, como cristais pálidos azuis de Swarivski, queimam e brilham. Ele me vê olhando para ele, o examinando e dá um lento, esperto sorriso.

Lauda já viu o filme, em que é basicamente a sua história. Ele era uma constante companhia do escritor Peter Morgan e dividiu as suas memórias e conhecimento do esporte. Ele está agora com 64 anos e as cicatrizes quase desapareceram. "Sim, as rugas melhoraram isso", ele disse com uma quase confidência impossível. Ele está confortável comigo olhando bem no seu rosto. De fato, ele desfruta isso. Esse é um homem que não apenas aprendeu a viver com o seu desfiguramento, mas ele desfrutou viver apesar disso.

"Quando depois do acidente eu sai para o mundo e as pessoas olhavam para mim, elas estavam chocadas. Isso me entristeceu. Eu pensei que eles eram indelicados por não esconder as suas emoções negativas sobre a minha aparência. Quando eu vi o filme, isso me deixou ver a história do outro lado, do ponto de vista de outras pessoas olhando para mim. Isso me ajudou a entender o porquê das pessoas estarem chocadas.

"Como que foi para ele quando ele viu as cicatrizes pela primeira vez? "Minha então esposa (Marlene) desmaiou quando ela me viu pela primeira vez, então eu sabia que não poderia estar bom. Enquanto eu envelheço, as cicatrizes ficam perdidas nas linhas e, bem", ele dá de ombros, "Você fica acostumado com isso".

É interessante que na era de microcirurgias cosméticas, quando as transformações são comuns, que Lauda se recusa a ter mais cirurgias depois da cirurgia inicial para o manter vivo.

"Eu apenas tive que fazer cirurgia para melhorar a minha pálpebra. Cirurgia cosmética é chata e cara, e a única coisa que isso poderia fazer é me dar um outro rosto. Eu tive a cirurgia do olho para então que os meus olhos pudessem funcionar o tão longo quanto tudo funcione, eu não ligo sobre isso". Lauda tem poucas inseguranças. Nascido em uma família austríaca rica em Viena, os seus pais esperavam que ele seguisse uma vida confortável. Ele queria nada disso.

Ele espiou sob o seu boné vermelho, marca registrada, que apenas levemente disfarça o fato que metade de uma orelha está perdida.

 "Eu sempre fui ofertado com procedimentos cosméticos. Veja essa pequena coisa aqui", ele gesticula para o lado de seu rosto. "Isso foi feito por Ivo Pitanguy no Brasil. Ele era o cirurgião plástico mais famoso do mundo naquele tempo. Ele queria fazer tudo. Ele me perguntou 'Você é louco? Por que você não deveria querer isso? Eu não gosto da aparência disso'. Ele olhou pra mim, completamente em mim, examinou o meu rosto. 'Você não tem o trabalho todo. O que você pensa das mulheres estúpidas que ficam "feitas" todo o tempo?'

"Eu não estou certo, eu digo, me pergunte em 10 anos". "Eu acho que é ruim. Se você tem algo feito (cirurgias plásticas), as pessoas podem ver bem que você teve cirurgia". O ponto de uma boa cirurgia é que você não repara isso. Eu vejo isso imediatamente", ele disse.

Ele acha automaticamente uma mulher pouco atraente se ela teve cirurgia? "Eu iria odiar. isso significa que elas não podem suportar quem quer que elas sejam. Eu tive muitos incidentes no passado onde as pessoas estavam se questionando de como eu parecia. Pelo menos eu posso dizer que eu tive um acidente. A ideia que as pessoas trabalhem nelas mesmas, que não tiveram um acidente - Eu não posso suportar cirurgia plástica. Você tem que ter personalidade o suficiente para superar essa bela bobagem - E encontrar a força para amar você mesmo do jeito que você é". Não existe ponto de falar a ele que muitas pessoas nunca encontrarão essa força.

Mas a força de Lauda estranhamente faz ele parecer realmente bom. Os seus olhos parecem cintilar mais azuis quando eu digo isso a ele. Ele diz:

 "Eu aprendi da experiência da vida. Eu acho que eu era menos carismático antes". Rush retrata o jovem Lauda como muito determinado, prático e pragmático. A sua personalidade era o oposto do extravagante para todas as mulheres, James Hunt. O ator Daniel Brühl, que atuou como Lauda, teve que colocar dentes postiços. Ele era conhecido como "O Rato" pelos os seus dentes para fora, em que você não percebe agora.

"A Marlboro era a patricinadora. Eles colocaram "The Rat" (O Rato) sobre a minha viseira. Um cara do marketing pensou nisso por causa do meu dente". Ele não era em vão antes do acidente ou diminuído por ser chamado de "O Rato" e ele não foi diminuído mais tarde. Ele nunca considerou sobre a sua aparência.

A sua batalha psicológica para superar o seu combate com a morte e os subsequentes machucados foi um que ele tratou com o seu habitual espírito esportivo. Ele não vacilou.

Ele nunca esteve assustado? "Eu tive muitas experiências positivas e negativas. Eu realmente não tenho medo nenhum". Hunt ganhou o campeonato de 1976 na última corrida da temporada. Lauda se retirou da Fórmula 1 três anos depois, mas fez um retorno em 1982 com a McLaren, pendurando o seu capacete pela última vez em 1985.

Ainda fascinado com velocidade e viagem poderosa, ele começou a linha aérea Lauda Air, tendo ganhado a sua própria licença de piloto comercial. Isso fez bem por um tempo. Mas então, como ele explica, "Outra coisa terrível foi o avião que bateu, o Boeing 767". O voo da Lauda Air bateu na Tailândia em 1991, matando todas as 223 pessoas a bordo. 

"Eu estive muito acabado e eu percebi que o futuro não pode ser controlado", ele disse. "Eu não estou preocupado. Você pode sempre aprender a superar as dificuldades, Isso diz "Eu sempre fui uma pessoa estável".

Isso é o porquê que ele foi atraído pela Fórmula 1? Ele queria testar essa estabilidade? "Não. Fórmula 1 é simplesmente sobre controlar esses carros e testar os seus limites. Isso é o porquê das pessoas correrem, para sentir a velocidade, o carro e o controle. Se no meu tempo você forçasse muito longe, você teria se matado. Você tinha que ter o balanço sobre essa linha fina para permanecer vivo".

E aí? Gostaram dessa primeira parte? Olha, a força do Lauda me impressiona...................

Bjs! Depois posto a segunda parte!

RETIRADO DO SITE THE TELEGRAPH: http://www.telegraph.co.uk/culture/film/10257073/Niki-Lauda-interview-I-did-a-little-bit-of-what-James-Hunt-did.html

TRADUÇÃO: BRUNA (eu)

Ah, fala que ele não parecia um ratinho?kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk